A partir dos diferentes processos que fizeram do corpo humano um corpo desportivo, este primeiro volume analisa tanto o modo como o Estado investiu esse novo corpo de funções militares, educativas ou higiénicas, como as diferentes formas que tomou a sua apropriação social, do culto do amadorismo à espectacularização da cultura popular urbana, passando pela celebração da figura do sportsman. Nestas páginas o leitor é ainda confrontado com uma história dos espaços da prática desportiva, condição dos gestos de quem joga e de quem vê. Observa-se a emergência do futebol nas ruas de Lisboa em inícios do século XX, o modo como o estádio moldou decisivamente a própria ideia de espectáculo ou as mais recentes modalidades de relacionamento desportivo com a paisagem urbana, de que é exemplo o parkour. Finalmente, o volume encerra com uma reflexão em torno dos média, agentes primordiais da transformação do desporto num eixo dominante da vida cultural contemporânea.
Nuno Domingos e José Neves