O primeiro número da revista Mural Sonoro saiu no universo digital em Junho de dois mil e vinte. Ante os embates de uma pandemia que continuou a impor os seus limites com a mesma sagacidade com que estimulava à conspurcação dos nossos direitos e liberdades como não havia memória na minha geração, notei que comuniquei durante mais horas em dois mil e vinte, à distância de um ecrã, do que o fiz nos últimos três anos, presencialmente.
Foi durante uma das longas conversas no zoom que surgiu a ideia de juntar autores que têm cooperado com a Associação Mural Sonoro e a sua plataforma digital no intento de criação de uma revista. Uma revista que pudesse coligir ensaios que estamos a produzir, ora fruto das nossas investigações académicas e artísticas ora de um domínio pessoal, quase confidencial, mas também as conversas que mantivemos e as entrevistas que realizámos, os poemas e as imagens.
Desde dois mil e dez, ano da criação da plataforma Mural Sonoro, que a intersecção de disciplinas, das ciências sociais e humanidades, e de saberes, oriundos de práticas culturais e artísticas, é o principal motor. É no cruzamento de leituras e (ex)posições diferentes, por isso complementares, a respeito da sociedade e da história contemporânea que temos firmado a nossa presença no universo digital, nos domínios cultural e académico, seja localmente como internacionalmente, em especial no mundo lusófono.
Boas leituras, hiperligações e audições.
Soraia Simões
Soraia Simões de Andrade é natural de Coimbra (7 Dez, 1976). Escritora e investigadora.
Em curso tem uma tese de doutoramento intitulada Literaturas de uma Mulher Musical em Trânsito acerca do repertório poético musical de Amélia Muge desde 1975 ainda em Moçambique. Mestre em História Contemporânea